A marcha da pedra
"Glória ao Nome Santo
do Senhor, Aquele
que veio e nos presenteou
com o crivo da Vida Eterna."
Na correria até cidade
é pequena, por cada reverência
forma o mestiço africâner
a graça do dia,
língua adormecida
no sonar ruivoriental,
quem quer ver
vê de longe.
Bielaformosa!
Os olhares se prolongam
para a gente encontrando
tornados noite
sob a biqueira,
os abraços prolongam-se
para a gente encontrando
tornado dia
sobrenatureza,
se os beijos prolongam
a gente encontrando
tornados nuvens
sobre as tectônicas.
Marceleza!
Rápida na aurora
vemos a voz do pó,
concorre com a pedra
dia-a-dia carburando
a britadeira de chama,
repique microscópico,
que dure mais
no salto das cinzas.
Chamaleste!
Repente o ímpeto
entre ir e vir
fissura cósmica,
ar de compromisso,
inspira a vizinhança
o comentário viandante,
criança e de idade.
Rochachoque!
O pó ilumina o Caminho.
A cinza cria a História.
O viandante trilha longamente...
O filho aprende
encanto e contemplação
primavera infante,
pitilho mestre
cigarro de areia,
panela de volume,
halo madrugadouro
colina de sinhá,
cachimbo de cartola
imita, faz contato
pra vida continuar.
O cigano acende um
saldando enteados,
seixos existenciais.
Praticundum!
Fumar tudo
pode ser seu fim,
incrivelmente
a mesma pedra
faladora
dita plataforma
da rota augusta,
na boca do crente
vira fé
em nuvens de esplendor.
Miráculo!
Nos faz
perceber e a eternidade...
Nos faz
melhor e a infinitude!
Bom sinal
as cores da fumaça
acelerarem os passos
das pólis do Senhor,
chama seu povo
às vias superiores,
à terra verdejante
corre o suor,
expurga a água,
alma fiel
de uma vida inteira.