Exercício espiritual
Esse corpo não é meu.
Não me pertence.
Essas roupas e atavios também.
Esses passos pertencem ao caminho.
A quem alguns chamam de sorte ou
destino.
Minhas vontades proveem
do espírito rebelde.
Gosta da velocidade do vento,
da profundidade do abismo
e da narrativa das pedras.
Escrita camada por camada
a encobrir o âmago
e principalmente
o magna quente e vivo.
Essas coisas que trago na
bagagem,
todas essas coisas são
parte do espólio de guerra.
Há honras e vergonhas.
Há perdas e ganho.
O resto é saudade.
O resto é tristeza.
O resto é rima
que nem sequer termina
na inesgotável
algaravia dos humanos.
É enigma fonético ou gráfico.
No diário escrevo sobre os dias.
Sobre meus sóis e luas.
Sobre o sideral silêncio de olhares.
E, no infinito interior
solto todas amarras,
perco as âncoras,
me entrego ao sabor
das verdades circundantes ou
do acaso fatídico.
Recebo o novo
de braços estendidos
feito ponte.
Pois o que apenas há mim,
já conhece a morte.
Mas, o que está por vir...
só conhece o futuro,
a esperança e
o desapego.
Nada que tenho
de pertencimento verdadeiro.
Não há nesse acervo
uma coleção lógica ou
uma descrição retilínea.
Somos surreais e abstratos.
E as mãos só nos querem
reais e tangíveis.
Sou corisco mas não sou cometa.
Tenho minha luz, mas
fecho os olhos para visitar
a eternidade.
O tempo lá fora ainda batendo na janela.
Os ventos cantando em coro.
Uníssonos.
Os pássaros em contracanto.
E, o sol regendo imagens
e os ossos.
Quando morrer.
Quando finalmente morrer
e tripudiar da paródia.
Quando enfim descer à terra
e semear o improvável.
Deixe-me, por favor, flores coloridas sobre a
lápide....
Vestirei a cor dessa flores.
Ensaiarei dançar com elas.
Brincar com elas.
Voltarei a ser criança.
Pois as flores uma vez colhidas
só lhes restam saborear a
sobrevida...
murcharem e secarem.
Serem vestígios do que foram.
Somos efêmeros.
E, nesse sagrado instante.
Quando saímos do corpo.
E navegamos em almas.
Conhecemos o porto seguro
e fluído
da paz.
Esse corpo não é meu.
Não me pertence.
Essas roupas e atavios também.
Esses passos pertencem ao caminho.
A quem alguns chamam de sorte ou
destino.
Minhas vontades proveem
do espírito rebelde.
Gosta da velocidade do vento,
da profundidade do abismo
e da narrativa das pedras.
Escrita camada por camada
a encobrir o âmago
e principalmente
o magna quente e vivo.
Essas coisas que trago na
bagagem,
todas essas coisas são
parte do espólio de guerra.
Há honras e vergonhas.
Há perdas e ganho.
O resto é saudade.
O resto é tristeza.
O resto é rima
que nem sequer termina
na inesgotável
algaravia dos humanos.
É enigma fonético ou gráfico.
No diário escrevo sobre os dias.
Sobre meus sóis e luas.
Sobre o sideral silêncio de olhares.
E, no infinito interior
solto todas amarras,
perco as âncoras,
me entrego ao sabor
das verdades circundantes ou
do acaso fatídico.
Recebo o novo
de braços estendidos
feito ponte.
Pois o que apenas há mim,
já conhece a morte.
Mas, o que está por vir...
só conhece o futuro,
a esperança e
o desapego.
Nada que tenho
de pertencimento verdadeiro.
Não há nesse acervo
uma coleção lógica ou
uma descrição retilínea.
Somos surreais e abstratos.
E as mãos só nos querem
reais e tangíveis.
Sou corisco mas não sou cometa.
Tenho minha luz, mas
fecho os olhos para visitar
a eternidade.
O tempo lá fora ainda batendo na janela.
Os ventos cantando em coro.
Uníssonos.
Os pássaros em contracanto.
E, o sol regendo imagens
e os ossos.
Quando morrer.
Quando finalmente morrer
e tripudiar da paródia.
Quando enfim descer à terra
e semear o improvável.
Deixe-me, por favor, flores coloridas sobre a
lápide....
Vestirei a cor dessa flores.
Ensaiarei dançar com elas.
Brincar com elas.
Voltarei a ser criança.
Pois as flores uma vez colhidas
só lhes restam saborear a
sobrevida...
murcharem e secarem.
Serem vestígios do que foram.
Somos efêmeros.
E, nesse sagrado instante.
Quando saímos do corpo.
E navegamos em almas.
Conhecemos o porto seguro
e fluído
da paz.