De nada vale
De nada vale a colheita sem amor
De nada vale, um sorriso que não é sincero
Tanto ódio, tanta pressa, tanto ar não bem-digerido
O ser humano levado tão a sério – em seu pior lado –
A vida como um dia, como um único dia
Debruçar a cabeça no travesseiro, como uma rocha emplumada
E ver que o Universo passou, aquele todo Universo
Pessoas em luta, corpos moídos
DEUS tão longe – de nada vale!
DEUS tão perto – rico você é!
Corpos queimados, rostos enrugados
Mentes inquietas, palavras grosseiras, sentimentos grosseiros
De nada vale o material
O deus de pedra que a todos corrói
Um amor embrulhado, um coração que bate por bater
Se não é vida, de nada vale
A vida passa, você dorme e jamais acorda
Se buscas por tua sombra sem ver a do irmão
Você morre sem saber
Você acorda sem viver
De nada vale o amor
Se com ele não se viver
De nada vale o caminhar
Sem a pessoa do lado ter você a dar a mão
De nada vale o rancor, de nada vale as lisonjas e os ouros
Se do amor nada vier, se do amor nada crescer
Uma massa cinza de pessoas
Todas divididas e com medo
Sem o amor para dar
Se assim viver e crescer
Realmente não encontra o Éden
De nada vale o amor, se for tão falso e tão vazio
De nada vale o amor, se selecionado ao distribuir...