No Caminho do Guerreiro das Águas

Sigo nas águas da vida.

Chego com as águas do mar,

Acaricio as rochas da terra.

Desço nas águas de cachoeiras,

Abençoo as rochas da terra.

Navego nas águas dos rios,

Flutuo sobre o leito de rochas.

Saio sangue precioso das fendas do chão da terra,

Viajo águas brancas colorindo águas amarelas.

Parto voando ao céu verde refletido nas águas onduladas.

Sou rocha ferida pelas unhas das águas,

Águas chorando nos olhos das rochas.

Chego como água branca,

Minada na trinca negra das rochas,

Marejo da límpida espuma presa nas mãos das rochas,

Venho das goteiras vazadas das pedras furadas,

Saio patas rastejantes detrás das rochas.

Sou sombrinhas de nuvens sobre as cabeças das rochas.

Sou rochedo, o crânio lavado da terra.

Vivo no pequeno lago escondido entre grotas,

Vivo como árvore pendida à sombra verde do rio.

Sou presença nas águas turvas e turbulentas,

Flashes em águas coloridas.

Sou remanso de águas translúcidas,

O sopro úmido no rosto do guerreiro das águas...

Marcos.