NUNCA VI PAPAI NOEL...
Natais sem par já vivi...
E o lendário velhinho
Para mim, é um passarinho
Que fez ninho no areal
Das minhas crenças remotas...
Nunca vi, nem fui premiada
Com um miminho qualquer...
Pronta ao que desse e viesse,
Sem ilusão minha prece.
Hoje adulta, uma mulher,
Sei que não fui seduzida
A ponto de alardear
A sua ação tão querida.
A minha vida vivida
Cheia de espinhos e cardos
Meio a verdade dorida
Não botou renas nos ares
Em meio aos fogos festivos
pois feita de sacrifícios...
Torço sim, que uma magia
Tornasse amena essa via
Com imagem mais concreta.
Mundo de imagens patéticas
Não roubam de mim sorrisos...
Olhos de anacoreta,
Na mão que acalenta o frágil
Ação que semeia a paz
Encanto que me enleva.