Quem não enxerga no escuro não pode ver
Entre a vida e a morte.
A vida inteira escuto
escutamos isso
mas desde que ESTREAMOS
vivemos o presente
e contamos com um futuro
contando que vamos envelhecer
mas o grande segredo
está atrás do muro
e quem é que vai saber.
A vida não é a donzela
e nem a outra
é tão megera assim.
A vida é boa
e a sua outra face
não é ruim.
Morre um menino
é o destino
e quem morre velho
é o escaravelho
ou a múmia?
A surpresa do manto
e o pranto pela perda
mas depois
quem foi meu avô?
Sentimos a falta mais próxima
a dor mais forte
ou mais recente.
A gente não sente tanto
se não houver vínculo
e nos vinculamos
ao pressuposto
que a morte tem um rosto
feio
e não nos atemos
que a vida que veio
foi só o renascer
porém, todavia e entretanto
quem é que vai saber.
Não escolhemos vir
e não sabemos de onde
e nem partir
também sem saber para onde.
O bonde não é nosso
e só o que eu posso
podemos
é especular.
Não é ESPETACULAR?