ATÉ QUE NADA - NESTA VIDA - MAIS NOS PRENDA! (2)

As asas eu ganhei na caminhada,

Na busca de horizontes impossíveis

Matei o mal por bem, pela verdade;

Queimei e lancei longe as suas cinzas

Orei pelos amigos que perdi;

Alguns que se ausentaram - sem recados...

Lembrei-me... de tudo aquilo que aprendi

Passado e presente lado a lado!

E é na dor... que se aprende a dar valor

E damos muito mais quando perdemos!

Às vezes nós perdemos o temor;

Em outras é o amor que nós devemos.

E tudo nós devemos em pedaços...

Prazeres e pecados jogam dados,

O ódio e o amor ... predestinados;

É um que estrangula o outro lado...

Até que tudo se resuma a quase nada

Que os olhos fechem numa noite enluarada,

Que o vento sopre sem rancor por não ter asas,

Que as estrelas se contentem da alvorada...

Até que tudo que vivemos seja lenda

Seja conto que alguém um dia entenda

Até que as grades que nos deram sejam senda

Até que nada - nesta vida - mais nos prenda!