LENITIVO

Rasgo a carne com dores

Que melindram a alma

Solitária, algoz e penitente.

Sufoco o grito escondido

No olhar quente e agonizante.

Procuro voraz o balsamo que é

Soprado pelo vento eterno.

Almejo um olhar de divindade

Que ameniza os traumas sofridos

Pela idade impiedosa.

A oração silenciosa é o extrato

Perfeito para o calmante espiritual,

Olhar cálido, a Luz que procuro

No escuro da noite eterna... Sigo

Com meu olhar álgido.

Consolo minhas palavras com cores escuras,

Tintas do próprio sangue e a pena

Inquietante, suja e crítica também.

Vem intervir minha remissão maculada

Diplomaticamente... Meu Lenitivo

Desconcertante.

Fernando Matos

Poeta Pernambucano

Fernando Matos
Enviado por Fernando Matos em 14/08/2013
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