LENITIVO
Rasgo a carne com dores
Que melindram a alma
Solitária, algoz e penitente.
Sufoco o grito escondido
No olhar quente e agonizante.
Procuro voraz o balsamo que é
Soprado pelo vento eterno.
Almejo um olhar de divindade
Que ameniza os traumas sofridos
Pela idade impiedosa.
A oração silenciosa é o extrato
Perfeito para o calmante espiritual,
Olhar cálido, a Luz que procuro
No escuro da noite eterna... Sigo
Com meu olhar álgido.
Consolo minhas palavras com cores escuras,
Tintas do próprio sangue e a pena
Inquietante, suja e crítica também.
Vem intervir minha remissão maculada
Diplomaticamente... Meu Lenitivo
Desconcertante.
Fernando Matos
Poeta Pernambucano