Quebrem-me!
Eu quebro tudo de mim:
O meu passado;
As minhas loucuras;
O meu pesadelo constante;
E até mesmo a própria sanidade
Tudo que está presente
Tudo que forma esses meus desastres
Quero quebrar-me, distanciar...
E quero agora!
Em pedaços, quero me reconstruir...
Quem sabe, fugir daquele formato tão torto
Tão certo, tão medíocre...
Quero quebrar-me, sempre.
Sempre!
Quero o novo poeta;
O melhor camuflador;
Quero banhar-me nos novos erros;
Saborear essa dança descompassada
Quero ser quebrado em tantas formas...
Não quero o mesmo ritual ao me desfazer
Quero novos modelos, técnicas e práticas
Quero ser quebrado com sinceridade
Só assim, volto mais limpo e reorganizado;
Evoluo habilidades;
Reconstruo minhas bases;
Devoro meus novos monstros;
E entrevisto estreantes deuses do meu eu
Quebro-me!
Quebra-me!
Quebrem-me!
Quebrem-se, por favor!