Reencarnação
I
Levava um gosto amargo
Uma falta de ar
Um aperto no peito
Uma saudade de ninguém
Carregava o meu cadáver
Como um fardo qualquer
Sentia meu coração murcho
Como um balão estourado
Tropeçava
E
Meu cadáver
Me levava nos braços
Como um fardo qualquer
Cheguei na sepultura
Exausto
Com uma vontade enorme
De dormir
II
De minha morte
Ressoou um grito
Que ecoou no Universo
Ressonando em minha alma
Com vibrações de mil clarins
De um arauto de nova vida
Que me despertou com uma sentença
Agindo intimamente como consciência
(Revivendo alvoradas únicas
me surpreendi ocultando luz)
Ordenando-me sair eu mesmo
De meu caminho
Nas novas buscas e conquistas
Que me promovem como ser espiritual
Como espécie dentro da espécie
Como indivíduo
Que sou
III
Ouvi meu próprio grito
Resplandecendo energia
IV
E uma esperança
Na nova vida
Brotou