Conversa com o Diabo

Calado, abafado, nítido e integro.

Calor sensato onde faz tua morada?

Apático bom dia recebido,

pode existir muito mais medo

em tuas palavras, que nos olhos.

Te confesso que julguei,

uma, duas, três vezes então.

Onda perene não potável,

quem te colocou a nadar?

Correndo, nadando,

devastando, a tudo e todos,

sem ao menos se anunciar.

Rancor e pena batidas em liquidificador

de memórias e retratos, em uma

prateleira bastante desarrumada.

A sequela da tua macula,

se desfaz em instantes?

Respondo não há você,

mas repondo sim, nas

maiorias de minhas respostas.

Sonhos pequenos os meus?

Deixa pra lá,

nunca fui um bom negociante.

Mas lá de cima da montanha,

eu pude enxergar,

há eu pude,

foi lá que derramaram

o sangue do justo,

foi lá que barganharam

com o sangue do justo,

e isto alma fétida e suja,

isso não podes me vendar.

Mas o tempo que agora

soma por ti,

vai te denigrir,

mas te lembro, que não existe tempo.

A por favor não me fale,

sobre humildade em hora tardia,

pois já aconheci e vi,

a distância de um beijo.

Já te vi desnudo,

com vergonha e sujo, alma fétida?

Pois bem, já sou grandinho

e não aparto conhecimento terreno

Tu já me procurastes, por

outras vezes, mas com menas pedras.

Responda, por onde andou?

Com quem conversou?

Parei de andar por ai,

foi ai que me encontrei,

jogado a beira da vala,

me puxei pelo braço,

e caminhei ate aqui, comigo mesmo.

Mas agora me perdoe , por falar demais

já era tarde, preciso me arrumar,

duas trouxas vou levar,

uma delas com nada,

e a outra com amor.