MONÓLOGO. 10. ( A Resposta de Deus ).

Filho!

O que acontece,

Por que estás abatido?

Diga-me qual a razão,

Se a tua oração,

Eu as tenho respondido!

Ouço!

Sempre pela manhã,

Teus rogos e reclamação,

Com esse coração soberbo,

E os impuros desejos,

Filho não tem condição!

Pensas!

Que não te conheço?

E nem os teus sentimentos,

Não seja tão inocente,

Pois conheço a sua mente,

E todos teus pensamentos!

Reclamas!

O quanto é difícil,

Nesse mundo assim viver?

Sofrer, chorar ter fome,

Viver constantes vexames,

Às vezes sem entender!

Não imaginas!

Que aqui também passei,

Peregrinei sem um lar,

Pelas estradas a caminhar,

Na missão que abracei!

Tu pensas!

Que não tive aflições?

Olha só desde o tempo de criança,

Em minha exigida infância,

Sofri muitas humilhações!

Porem!

Eu não quero te condenar,

Por viveres mal humorado,

É por conta desse fardo,

Que te pões a carregar!

Sabe filho!

Ainda nem tinhas nascido!

Eu por aqui caminhei,

Aqui meus pés empoeirei,

Nem morada certa eu tinha!

Sujeitei-me!

Passar noites sem dormir,

Tantas vezes em oração,

Pra vencer a tentação,

Que assediava a mim!

Sempre fui pobre!

Desde o meu nascimento,

Porem nunca me queixei,

Tantas vezes pernoitei,

Longe de meus aposentos!

As minhas mãos!

Sempre prontas pra curar,

Aos pobres e abatidos,

Que vinham desiludidos,

Com sede de me encontrar!

Mas eu venci!

Não penses que eu precisava,

Passar pelo que passei,

Mas tudo isso encarei,

Apenas por que te amava!

Então morri!

A morte mais cruel da história,

Sofri escárnios e calunias,

E disso tens testemunha,

Apenas pra dar-te gloria!

Há! Filho!

Como pesava o madeiro,

Era de causar assombro,

O arrastei sobre os ombros,

Por todo o trajeto inteiro!

Foi humilhante!

A multidão me apertando,

E aquele lenho pesado,

Com meus pés estropiados,

E tanta gente gritando!

Não teve um!

Que de mim tivesse pena,

Divertiam-se a zombando,

E o madeiro me esmagando!

Numa piores das cenas!

Em certo ponto!

Que a exaustão me abalou,

Tropecei já sem firmeza,

E ninguém teve a presteza,

De me aliviar a dor!

Ali um homem!

Por nome Simão Cirineu,

Pela turba foi forçado,

A mando de um soldado,

Levou o madeiro e me ergueu!

Então no monte!

Demônios de humanos bradavam,

E a multidão em loucura,

Aumentavam-me a tortura,

Em uma só voz gritavam!

Crucifique-o!

Era só o que se ouvia,

Mesmo sendo inocente,

Mostraram-se indiferentes,

Ao que alguns lhes pediam!

Ali pregaram!

Naquele nefasto momento,

Minhas mãos com crueldade,

Tanta desumanidade,

Alheios ao meu sofrimento!

Não fique triste!

Entenda que te sustentei,

Seja firme em sua jornada,

Pois a celeste morada,

Para ti já preparei!

Será mais linda!

Do que o grande Taj Mahal,

Morada digna de um rei,

Que só ao vencedor darei,

Como o galardão final.

Cosme B Araujo.

16/07/23

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 16/07/2013
Reeditado em 17/07/2013
Código do texto: T4390047
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