ENTRAR SEM BATER
Entrar sem bater
Hoje a morte bateu à porta,
Muito próximo de mim,
Levando minha prima Roseli
Quando ela poderia viver anos.
Ela sempre esperou este dia,
Em face de sua doença tratada,
Prolongou até aos sessenta anos.
Preparou a todos nós pra este dia.
Será que só morremos doente?
E os acidentados no transito!
As balas perdidas e os latrocínios,
Despedem-nos sem avisar!
Como são recebidas as notícias?
Os desamparados, que ficam,
As lembranças das ausências
A saudade e as recordações presentes?
É a vida morrendo,
È o abandono chegando,
É a descrença latente,
È a despedida do encontro.
Não morremos, descansamos.
Vagamos numa dimensão de fé,
Vigiamos os aflitos e crentes,
Esperamos um encontro real.
São vidas distintas e opostas,
Nascidas com o mesmo objetivo,
Trafegando em direções contrarias,
Mas que chegam ao mesmo lugar.
A matéria que nos fez, desfaz.
Mas a presença continua,
Se não em carne, mas espírito,
O mesmo que nos criou.
É Ele quem nos chama,
À sua casa nos espera,
Pois na terra foi o caminho,
E agora chegamos ao destino.
Aqui não há trevas é plena luz.
Claridade que nos irradia e aquece,
Sem fogo, mas com muito amor.
Assim foi Seu plano por nós!
Chico Luz