Velho bêbado
Desfaz-se em minha frente,
Tropeçando pelas calçadas...
Segurando uma garrafa de aguardente,
Dizendo coisas que não entendo nada...
Atravessando a rua, meio eloqüente,
Dando risadas a um suposto amigo...
Mas ele é visto, como delinqüente,
E por outros até como mendigo...
Pois dorme apoiado ao meio fio,
Sujo, nem parece ser humano...
Quem te vê, faz que não te viu,
E essa é uma das coisas, que a ti reclamo...
Abandonaste a família, e teu filho,
Que figuraste de ti, o mau exemplo...
Como uma locomotiva fora dos trilhos,
Eu fiquei parado no tempo...
Esperando-te na soleira da porta,
Sem a certeza de te ver novamente...
Mas com isso, Você se importa?
Você não sente a dor que minha alma sente...
Busco-te pai, caído pelas ruas,
Procuro-te pelos botecos, saudades...
Pois neles, há as lembranças tuas,
Velho bêbado, perdido pelas cidades...
Poema Psicografado