Do Viver...

Segurança demais também cansa

Um dia é preciso guardar a criança

Protegê-la dentro do peito com jeito

Vestir o adulto e sair do abrigo

Encarar a vida sem temer os perigos

Descobrir nas andanças as mudanças

Sem lamentar os desatinos do destino

Saber ao certo quais são os inimigos

E quem são os verdadeiros amigos

Apodrece o casco do barco que nunca navega

E permanece ancorado no conforto do porto

Assim também seremos nós. Eternos nós

Se não desamarrarmos nossas amarras

Se não levantarmos nossas âncoras

E não nos fizermos ao mar

Quem não vive a vida enquanto está vivo

Já veio póstumo. Já nasceu morto.

= Roberto Coradini {bp} =

28//04//2013