Restos de poesia
Olho-te no silêncio
De minhas preces
E te vejo
Cruzando tempestades de ventos
Alvoroço de pensamentos
Entre escolhas duvidosas
Ninguém diz
Mas te sabem infeliz
Confuso o coração que não mostras
Pois maquia no riso que apresenta às pessoas
Fazendo-te o centro do universo.
Pena, amor...
Que no emaranhado de atitudes
Algumas são como ventos que se chocam
Folhas que bandeiam
Içadas para outro lugar
Sem vislumbrar ponto firme onde pousar
Se em relva macia ou terreno pedregoso
Se em praia calma
Ou em caminho sinuoso
Com certeza em prantos tristes
Na aspereza de um dia solitário
E uma noite muito comprida
Desejo-te
Que acordando das ilusões do mundo
Deites preces no silêncio igual ao meu
Buscando na certeza
O rumo que perdeu
Desejo-te
Que ensaies a mudança
Que faz falta
Porque deste mundo
Só podes levar resultados
das tuas ações... mais nada
O resto amor...
É história mal contada
Que te fará carregar em ti
Um monte de entulhos
Tornando-te criatura ensimesmada
No mais...
É possível que a palavra se cale
Que os gestos tenham outra direção
E o carma que não entendes
Mereça teu perdão
Que seja tua vida
Uma vibrante história de amor
Mas que se o amor for tua perdição
Desejo-te apenas solidão
Que nesta vida
Tenhas somente o necessário
Para que não te comprometas
Com a tua consciência
Que possas chorar
Chorar muito
Enquanto palavras e gestos se calam
Que te torne restos de poesia
Se isto te fizer redimida
Um dia após o outro
Ainda nesta vida!
irami Gonçalves Fernandes Martins
(irami_poeta@hotmail.com)