VARIAÇÕES

Tantas vezes fiquei ali absorta

Parada, num total alheamento

De mim esquecida, semimorta

Sem ter para isso argumento

Tantas vezes renasci do nada

Ressurgindo leve como a pluma

Com o encanto de uma balada

Num denso mistério de bruma

Tantas vezes não sinto o pulsar

Porque vida, não tenho em mim

Até que no peito sinto abrasar

E uma chama viva, brota enfim

Tantas vezes na vida que vivo

Tão cheia de amargo frenesim

Com arestas de pico agressivo

Pasmo, como aguento vida assim!

Irene Conde

Irene Conde
Enviado por Irene Conde em 19/04/2013
Código do texto: T4249411
Classificação de conteúdo: seguro