CARIDADE, A MESTRA.
Saía pela cidade distribuindo pão
Conversava com todos desvalidos
Tratava a todos como irmãos
Do mais rico ao mais pobre e sofrido
Passou a vida toda a servir
Distribuiu alimento aos falidos
Não perdeu tempo em se divertir
E à noite levava mendigos aos abrigos
O tempo passou e veio a desencarnar
Tranquilamente aceitou a separação
Sabia que deste mundo nada ia levar
E que a caridade seria sua salvação
Num piscar de olhos viu-se libertar
E mesmo assim sentia um desconforto
Ouvia vozes a interrogar e intrigar
Qual será o destino deste novo morto?
Ouviu bem perto outro sussurrar
Este irmão empenhou-se na caridade
Modificou para melhor o seu caminhar
Mas esqueceu o que o salvará de verdade
Ainda passará por muitas dores
Mas a caridade mudou a sua mente
Agora precisa seus erros reparar
Para seguir na vida feliz e contente