Vilanela tocada
Eu canto a vida que se espanta
Ao som do peito facial;
Eu verso e vivo a chama santa...
Eu guardo a música que encanta
O vento liso e angelical.
Eu canto a vida que se espanta...
A vida queima na garganta!
E esconde o cântico imortal,
Eu verso e vivo a chama santa...
A chama ardente se levanta
E queima a fórmula carnal.
Eu canto a vida que se espanta...
Na corda langue e sacrossanta
Eu vibro um toque gutural,
Eu verso e vivo a chama santa...
Há tanta ardência, ardência tanta
Nas vidas vítreas d'um jornal,
Eu canto a vida que se espanta...
A vida apraz de nossa janta
Eu canto em verso sem final,
Eu verso e vivo a chama santa...
Eu colho aquilo que se planta
Num vale branco, surreal...
Eu canto a vida que se espanta,
Eu verso e vivo a chama santa...
18/02/13