DÚVIDA CRUEL

Sinto que vem no vento...

na chuva, no som estrondoso do trovão,

cortando o céu na escuridão.

Sinto que tu bates no telhado,

na janela, no portão,

no pensamento de um homem

desgarrado do seu rebanho irmão.

Sinto que invades meus sonhos,

tornando-o em pesadelos...

Criando tormento no pensamento

como se fosse um tufão...

Jogando para lá e para cá

uma pequena embarcação.

Antiga!

Indesejada e raramente aceita,

fujo e me escondo,

e quando penso que me libertei...

Repentinamente me enfrenta

face a face!

Tu voas como um gavião ao vento,

cortando o firmamento...

De tu ninguém se escondes,

pois cada um

há de encontrá-la um dia.

E que nas suas asas

venha um anjo bom,

e em seus braços angelicais

embale tão fraco ser

que há de encará-la

como tu encaras...

Friamente!

Frente a frente.

Face a face.

Mário Amâncio Azevedo
Enviado por Mário Amâncio Azevedo em 11/03/2013
Código do texto: T4182855
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