TRIBUNAL
Onde meus pés sangraram
no esforço da jornada,
meus desatinos semearam
os espinhos pela estrada.
Onde meus lábios pronunciaram
a sentença do inocente,
minhas palavras me condenaram
no tribunal de minha mente!
Onde minhas mãos se fecharam
perante a penúria do irmão,
minhas esperanças secaram
sem água e sem pão!
Onde meus olhos contemplaram
os caminhos tortuosos que segui,
os arquivos da memória demonstraram
a razão por que sofri!
Onde plantei minhas dores,
onde colhi a minha sina...
paira sobre todos nós infratores,
a Soberana Justiça Divina!