Desencontros, encontros, reencontros

De repente,

O maior espanto...

E a presença da saudade

Revela a ausência de algo

Que não está

Onde deveria estar,

Ou que,

De repente,

Sumiu de nossas vidas...

A presença da saudade...

A ausência dá saudade...

Esquecemos, assim,

Tudo.

E procuramos,

No nada,

A lembrança de tudo.

Queremos,

De repente,

Também sumir...

Primeiro desligamos o celular...

Pegamos algum trocado,

Calçamos uns chinelos

E saímos para comprar

Algum instante de felicidade.

E somos assaltados

No meio do caminho -

No meio do destino...

E nem sentimos a falta do trocado,

Nem mesmo raiva do infeliz -

Entregamos o dinheiro

Com o maior prazer do mundo.

Seguimos a jornada...

Agora sem rumo:

"Mas sempre foi sem rumo!"

De repente,

Uma pedra no caminho...

E tropeçamos até esfolar

Os dedos dos pés...

Porém nem isso nos incomoda,

Pois o Sol já não tem aí

O mesmo brilho

E o Vento parece

Não balançar as folhas.

De assaltos a pedras,

Encontramos algo

Que nos dá algo - de tal modo -

Tão próximo da felicidade.

Então...

O Vento balança as folhas

Mais uma vez...

O Sol brilha

Mais uma vez...

Sentimos os pés e as dores

Mais uma vez...

Sentimos a falta do trocado

Mais uma vez...

Sentimos raiva

Mais uma vez...

Ligamos o celular

Mais uma vez...

Sorrimos

Mais uma vez...

Lembramos tudo

Mais uma vez...

E a vida tem sentido

Mais uma vez...

E, dessas vezes repetidas,

Um certo instante traz

A memória de algo perdido

No início e, então...

Choramos

Mais uma vez

Um reencontro sonhado

Mais uma vez...

O vento nos toca

Todos os dias...

E nem sempre

Sentimos o seu sopro

Em nossas faces!

27/12/2012

Innocencio do Nascimento e Silva Neto
Enviado por Innocencio do Nascimento e Silva Neto em 28/12/2012
Código do texto: T4057237
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