NATAL

NATAL

Natal é vida, é luz, é euforia,

Pois nesse dia nos vem à lembrança

Aqueles tempos de pura alegria,

E a gente acaba virando criança.

Revivo aquele menino peralta,

E tão feliz no saudoso sertão.

De pés descalços eu corria às soltas

Depois cansado me jogava ao chão.

Os vaga-lumes a piscar sem vê-los

No breu das noites quentes de verão,

Como se o céu permitisse às estrelas

Virem brincar na morna escuridão.

No amanhecer ou quando o sol entrava

Os cantos das cigarras bem pertinho

Me anunciavam que o Natal já estava

Chegando e que o Menino-Deus já vinha.

E quando então chegava a noite santa

Íamos todos juntos à capela.

Vendo o presépio, era a alegria tanta,

Que embora os anos, não posso esquecê-la.

Na manjedoura, o Deus-neném sorria

Lindo pra mim de bracinhos abertos

Sob os cuidados de sua mãe Maria,

De São José e dos pastores lestos.

Ainda hoje eu fico a esperá-Lo,

Não com brinquedos como antigamente,

Mas nos trazendo paz e outros regalos,

Como o dom da vida, o maior presente.