Hare Hallelujah
De que adianta um I Love You
dito em língua de anjos,
se todas as asas parecem farpas
de um guarda chuva empenado?
Quero um colo de penas,
pois minha pena é dura e dura...
Saraivas de raiva arruínam-me.
Entre gemidos,
arrasto minhas sombras pesadas sobre meus rastros,
alastro minhas sobras quebradas sobre meus cacos.
Luto meu Megido já em luto
e ergo meu estand(arte) em pleno Armage(dom):
Nos meus dedos delgados,
minha última pena molhada em tinteiro de sangue.
Rasuro o escrito com enxerto de sânscrito,
costuro com a língua entre entranhas estranhas,
teço um tapete nessa labuta
e o estendo sobre a nossa cama
Sutra.
Já estou a um terço,
para subtrair os temores.
Mil tenores tenebrosos soam notas em dó,
retumbam cantatas fúnebres,
mas da tumba ressurjo
Sujo.
Sem guarda,
lavo-me na chuva
lava límpida de celestes halos.
Mãos ao alto eu me rendo
com rendas de orlas angelicais.
Não mais ais
nem dor que me sobrepuja!
Pária que sou,
oro minha ária,
banho-me no Ganges,
brinco com Surya.
Agora é minha Puja.
Hare Hallelujah!