Cristalizações em versos

NOTA: fugindo do tradicionalismo, não por considerá-lo menos importante, mas porque o estro exigiu tal condição.

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Dai-me um fósforo e

Talvez eu faça luz...

Dai-me uma vela e

Talvez ela se apague...

Dai-me dinheiro, ouro e diamante e

Talvez eu vos esqueça...

Dai-me um sorriso... Um sorriso... E

Para sempre vou guardá-lo.

Vosso sorriso não será

Infinito nos lábios do tempo,

Mas será imortal

Nas lembranças de minha Vida.

O Sol não toca o Mar,

Porém sorri para o Mar

Ao chegar do poente e da Lua...

Vossos olhos, ó leitores,

São lágrimas de inspiração,

Mais ardentes que um gelo

No rosto febril d'uma criança.

Assim como a chuva

No meio do deserto aberto,

Vossas lágrimas, ó leitores,

São olhos de inspiração.

O tempo não abraça o Mundo

Nem por um segundo...

No entanto,

Sorri para o Mundo

Quando as primaveras chegam;

Assim como um mendigo

Quando este encontra

Um vira-lata companheiro, amigo...

Os dias passam rapidamente, ligeiros;

Pois buscam um dia encontrar

Ao menos as marcas no chão

Que os pés temporais deixam.

Pobres dias! Mal sabem

Que o tempo ficou

Para trás.

Vossos corações, ó leitores,

Procuram a felicidade em

Tudo!... Menos em si mesmos...

Por isso esta procura

Parece ser infinda!

Leitores, a felicidade está

Num espelho qualquer,

Nos espelhos únicos.

Levantai-vos, pois, desta cadeira

Ou mesa e,

Com a ternura de um outono,

Sorride para um espelho!

Dai-me as maiores riquezas do mundo e

Talvez eu as perca em um só dia...

Dai-me todos os continentes e

Talvez eu me mude para o mar...

Mandai-me procurar tesouros e

Talvez eu vá olhar para as estrelas.

Dai-me um verso e

Dele vos farei uma poesia.

06/10/2012

Innocencio do Nascimento e Silva Neto
Enviado por Innocencio do Nascimento e Silva Neto em 02/11/2012
Código do texto: T3965506
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