Enquanto o amor não vem...
Quando a gente procura viver um grande amor...
As ocasiões adquirem um novo sentido...
O romantismo, aquele escondido...
Agora é aguçado por tudo visto...
O casal que se beija na novela...
A música nova do rei...
Aquele romance velho na estante...
Lido todos os anos e nunca perde o encanto.
Quando a gente sonha em viver um grande amor...
Todos os eventos nos trazem esperança...
No primeiro do ano...
Na festar de reis da titia...
No carnaval...
No aniversário da cidade...
No forró junino...
Na festa do padroeiro...
No natal...
Cada data traz em si a esperança de um encontro.
Quando a gente espera um grande amor...
Dorme-se visualizando o mágico instante ...
Acorda-se sorrindo...
Passa o dia sonhando...
Quem sabe no vizinho ao lado...
Um colega de infância...
Um antigo namorado...
Um melhor amigo...
No charmoso, lindo e carinhoso primo...
O dia finda, mas a esperança não o acompanha.
Quando a gente idealiza viver um grande amor...
Todas as estações são perfeitas...
A primavera, o frescor do enlevo...
O verão, sol quente...
Desperta a sensualidade da gente...
O outono, folha no chão, dilacerado coração.
O inverno, frio, café, chocolate quente, edredom e quem sabe, a alma gêmea da gente
Quando a gente pede a vida um grande amor...
Espera-se dia após dia...
Depois a vida passando...
A pele envelhecendo...
A solidão dilacerando...
A esperança minguando...
A frustração apertando...
Um nó na garganta se formando...
Uma tristeza presente ...
Para quem sonhou lindamente ...
E a vida lhe negou mesquinhamente...
Mas quando a gente está disposta a viver um verdadeiro amor...
Ele chega de mansinho...
Primeiro em Deus, nosso criador...
Depois na gente...
Se estendendo aos vizinhos, amigos e parentes...
Expandindo pela natureza ...
Nas ideias emergidas da alma...
Numa pessoa de repente...
Surpresa! !!!!!!!!!!!!!!!
E a gente enfim entende, que o verdadeiro amor vive na gente.
Poesia rabiscada em 09 de maio de 2001
Luz Ribeiro, 15 de outubro de 2012