NECESSITADOS
NECESSITADOS...
Necessidades pairam sobre nós...
Ditam com suas vozes assertivas
Que o corpo exige, que a mente impõe
E a humanidade caminha trôpega,
Se não as reconhecer...
Se não as atender...
Falam pela sobrevivência das espécieS,
Lutam as suas lutas, nem sempre gloriosas
E nos mostram nossas limitações
Mazelas e nossas finitude...
Arrojam-nos ao chão comum a todos
Derrubando o manto perecível do orgulho
Da prepotência, mediante a humanidade...
Coloca-nos na condição de um só rebanho de necessitados...
Pobres coitados, que pensam ter no sangue o azul
Ou que despejam, em local privado,
O que os “sem teto” deitam às ruas
Em locais pouco apropriados...
Tanto mais mal cheirosos
Quanto mais nutrido for...
Pobres mortais que somos nós!
Cuja visão míope nada enxerga
A mais de dois palmos à frente
E nada credita á própria insensatez!
E quando, por fim vem o inexorável
Aquela de quem fugimos,
Porque não escolhe entre a pompa ou indigência,
Essa ceifadeira das flores dos dias...
Vemos em agonia
Os sonhos esvaírem-se...
Ainda assim preferimos crer
Que tudo termina aqui...
Mesmo que toda a intuição grite
Que não há razão de ser,
Que não pode ser assim...
Ai de mim, ai de nós
Se não tivermos fé!