NO SILÊNCIO DA ALMA
Minh’alma anda tão calada,
Mergulhada num silêncio profundo,
Quietinha neste templo de carne que habita!
Diferente do que foi no passado,
Quando sempre tinha uma opinião sobre o certo e o errado,
Quando dava a cara à tapa para defender ponto de vista,
Quando era ferida pela a frieza, o desamor, a incompreensão,
A injustiça e todas as imperfeições humanas:
Hoje minh’alma pondera: por que revoltar com a imperfeição
Do próximo se somos todos imperfeitos em grau maior ou menor?
Parece concluir: a única sabedoria é a tolerância...
Minh’alma não quer mais sentir mágoa, nem revolta, nem se melindrar;
Minh’alma quer se retirar dessa guerra de nervos, desse campo de batalha
Das loucas ambições humanas, dessa corrida a lugar nenhum,
Desse desrespeito e desgaste brutal ao templo de carne que habita
Sim, minh’alma sabe o quanto foi louca, inconsequente
E que paga alto preço pelas paixões desenfreadas, pela posse do ouro;
Porém, minh’alma percebe que está vivendo um momento especial,
De grande mudança íntima e deseja e se entrega a essa mudança.
Minh’alma tem sede de nobreza de caráter, de dignidade moral,
De elevação espiritual,... Minh’alma quer ser melhor para a Vida,
Para tudo que significa a Vida, que constitui a Vida!
Calam fundo em min’alma, as lições do inigualável Mestre Jesus,
Sinto que elas precisam ser levadas mais a sério pela Humanidade;
Minh’alma, como nunca, quer assililá-las, vivenciá-las,...
Porém, uma sombra negra ameaça a paz da minh’alma:
Meu passado de erros e vícios sente doentia paixão por minh’alma
E se nega a qualquer separação, qual amante possessiva e ciumenta!
Minh’alma sabe: ferrenha batalha travará no caminho da imortalidade.