CÔNSCIO

Meu desespero é saber

Que um dia não vou morrer,

Mas ficar por um momento

No pó que os filhos virão,

Na mão da amiga que dorme,

No banco da praça,vazio,

Talvez um pouco no sonho

E muito no desvario.

Mas se assim for,que assim seja!

Nem desejo mais que isso,

Talvez um pouco de mim

Ainda crê na morte eterna

Sem a lembrança do beijo

Pôsto à têz enregelada,

Pálida,inerte,ausente...

E assim,sem nome,sem nada,

Hei de ir completamente.

Gilberto de Carvalho
Enviado por Gilberto de Carvalho em 18/02/2007
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