Sepulcro (nada se leva)
Em meu túmulo
Não há uma coroa
E nem um Mausoléu
Apenas uma cruz
Que aponta para o céu
Não há ladrilho
Nem capela
É de chão batido!
Onde reluta
A chama de uma vela
Eis aqui a minha gleba
Intocável e perpétua
A morada eterna
Nesta serena cidadela
Onde o tempo posterga
Ouço o canto lamurioso do anu-preto
Que pousa sobre a quaresmeira
A alarmar com certo desespero
Um visitante inoportuno
Que esgueira e não passa de um vulto
Aqui jaz um desconhecido
A espera de um novo amanhã
Que leva consigo
Uma mente sã
E aqui repousa teu corpo vazio