Sepulcro (nada se leva)

Em meu túmulo

Não há uma coroa

E nem um Mausoléu

Apenas uma cruz

Que aponta para o céu

Não há ladrilho

Nem capela

É de chão batido!

Onde reluta

A chama de uma vela

Eis aqui a minha gleba

Intocável e perpétua

A morada eterna

Nesta serena cidadela

Onde o tempo posterga

Ouço o canto lamurioso do anu-preto

Que pousa sobre a quaresmeira

A alarmar com certo desespero

Um visitante inoportuno

Que esgueira e não passa de um vulto

Aqui jaz um desconhecido

A espera de um novo amanhã

Que leva consigo

Uma mente sã

E aqui repousa teu corpo vazio

Heloi Lima
Enviado por Heloi Lima em 30/08/2012
Código do texto: T3856637
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