A história de um Espírito Sombrio...
 

Declaro culpado!  À noite fria

Ela assombrou a sua mente

Entre as suas ilusões e os desafios

Mergulhados no umbral merecido

Aquela ali é a sua lápide fria e solitária

Ali está ele, o espírito sombrio, vagueando

Não quer sossegar, quer incomodar

Divertir-se pelo mundo adormecido

Ele gosta da sua nova identidade

Ri, gargalha, assusta os jovens

Os velhos e as crianças por ai

Vagueia solitário pelas ruas sem vida

Busca ainda algo da vida, que vida!

Onde está ela? Onde está? Onde!

Não! Quero saber, ele quer de novo!

Toda a sua família de volta, por favor...

Ai! Se ele pudesse mudar o destino

Os trataria com muito mais amor

Tudo é obscuro, é nojento ver

As entranhas podres da sua alma

Onde está Deus neste caminho?

Pergunta o pobre espírito caminhante

Não sei apenas que nunca pensei

Nele como uma verdade absoluta

Minha mãe ela sim poderia ajudar

Sempre sabia conversar com ele

Mas nunca conseguiu me vergar

Sentado no banco do jardim

Olha furtivamente para as lojas

Que antes ele mesmo as visitava

Saudoso ele vai até a proxima taberna

Estava com sede, mesmo muita sede

Fome ele não tinha, apenas sede

Precisava  de uma alma miserável

E lá ele encontrou seu novo refugio

Fumava que nem um pobre coitado

Prestes a morrer, de pulmões e fígado

Foi com ele até a sua nova morada

Viu tanta miséria, tanta dor, pobreza

Os filhos com fome, a mulher revoltada

Cansada, cheia de magoa e tristeza

Trabalhava que nem uma condenada

Para ele, o folgado marido, bater nela e ir

Gastar todo o dinheiro na taberna do lado

Por momentos se fez a luz dentro da alma

Do pobre espírito, arrependido de vaguear

Estava tão cansado como aquela pobre mulher

Nunca deu valor paras reais coisas da sua vida

Encostado a um canto ele chora, como ele chora

Parecia uma criança, de alma ferida e chocada

Ele apela para Deus, o seu Pai, o poder perdoar

Viu momentos de sua vida, como um filme

Chorou mais ainda, arrependido pelo mal

Que causou a todos, mesmo até já morto

Viu a sua mãe orando por ele, ajoelhada

Naquele altar de seu quarto era lindo e mágico

A luz que dele saia era intensa a toda a sua volta

Quanta era a sua saudade, quanta mesmo

Por momentos proferiu entre silenciosos murmúrios

Mãe... Quanta saudade de ti... Arrependido demais

Ele chorou compulsivamente, aquela dor era real

Sua mãe estremeceu, sentindo a sua dor e presença...

E com isso todo o seu ser se transformava alegremente

Olhando para o céu e ele viu uma linda estrela

Descendo lentamente, brilhando intensamente

Não ofuscava, era quente, envolvente e confortável

E a estrela o rodeou lentamente, deixando-se mostrar

Dela saiu uma nova luz era a luz de Deus, com um anjo

Que juntos abraçaram o seu coração, elevando-o

Para a sua nova morada, seu descanso, seu novo destino

Levando-o até a sua eternidade por séculos merecida

E a noite se transformou num lindo e maravilhoso dia...

Betimartins

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Betimartins
Enviado por Betimartins em 24/07/2012
Código do texto: T3794513
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