Sob o deserto escuro
 
Os ventos murmuram convulsos
Sob o tempo que não há tempo...
E a procura do amor na escuridão,
Os espíritos suplicam suas asas...
 
E eu ouço os murmúrios...
E eu vejo o céu dos anjos...
 
Almas vagueiam sem intento
Sob a terra dos benditos...
E os lobos espreitam seus alentos
Sob o firmamento dos pecados...
 
E eu ouço os murmúrios...
E eu vejo o céu dos anjos...
 
O meu corpo se firma à tempestade,
E olhos acesos me seguem
Dentre os sepulcros dos caminhos...
 
E eu ouço os murmúrios...
E eu vejo o céu dos anjos...
 
A luz é como o ouro no calvário.
O crepúsculo se rende a claridade,
E os ventos emudecem ao amor...
 
E eu ouço os murmúrios...
E eu vejo o céu dos anjos...
 
Porque aos meus pés há fogo árduo
Sob o tempo que não há tempo...
Porque detrás de mim há escuridão,
E à minha frente há esplendor...
 
(Poeta Dolandmay)




Dolandmay Walter
Enviado por Dolandmay Walter em 05/07/2012
Reeditado em 31/07/2012
Código do texto: T3762280
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