ARAUTO DE DEUS

ARAUTO DE DEUS

De Wilton Porto

No dourado púlpito da arca sublime,

As portas dos Evangelhos se abrem em luz.

Parece que vejo Paulo na homilia que redime

Dos homens, o peso, cravado na cruz,

Entretanto, é uma voz rouca,

Levantando-se como vulcão voraz.

Se de Cristo não é o sermão da boca,

Dele, Cristo usa mais e mais.

Olhar firme na assembleia atenta,

Lê os gestos, os desejos, as dores.

Faz um aro e o azul que alenta,

Pinta os Céus com todas suas cores.

Já nem sei se padre ou humorista.

Ele nos faz rir e nos faz chorar.

Se setenta desses, Cristo tem na lista,

Ponho fé de que o mundo irá mudar.

Como Anjo num raio de estrela.

Planta flores onde há chão árido.

Deixa rosado qualquer rosto pálido

E faz do lar podre a pérola mais bela.