Autoconhecimento
Quarenta e cinco, aos poucos vividos.
Tormentas de um passado tão presente, e um egoísmo que vivifica.
Os dons que se esconderam, venceu a melancolia, o rancor...
As vezes, nem sei fazer, o dedicar poesias.
Sou um crepúsculo que se anuncia para um sombrio futuro.
Queria minha alma liberta desse escuro vivido nos últimos anos.
Talvez, 10, 14, 17 anos.
Desenganos desfrutados, perdas irreparáveis...E, sonhos desfeitos.
Aguento o tempo todo devaneios...
Às vezes, queria ser só, única, ou não ter existido.
O que mais prezava era a família, porém, muitas vezes, vi que é uma mentira social.
Talvez, banal por ser do jeito que sou.
Apostei tanto num amor verdadeiro, e perdi aos quatorze anos...
Mas, também, perdi frutos de meu corpo, exposto num branco caixão...
A dor, o desespero que agora sinto, me afugento no tempo, e queria ir a idade média, sucumbir como as bruxas.
Ah!!! O tempo, que agora estou, mesmo com filhos, esposo, ando só.
Aliás, amigos, uma bruxa, jamais teve...
Como queria voltar ao meu nascer, e ter de uma só vez o cordão umbilical afixar meu pescoço. Mas, não foi permitido.
Hoje, aqui, poeta estou, nem sei o por que me formei para ser educadora, antes um ato de amor, hoje a desvalorização e o pior de tudo colegas que dizem ser bambambãs, ou quando sobem de cargo, ou exerce outra função, de antemão só culpa o professor.
Pena, não???!!!
Por isso, voa nobre alma minha, na inquietude de um saber ilusório, mas que liberta meus sonhos.
Componho aqui o que sou, vivo e vivi.
Aprendi em meio a tudo isso a solidão.
Como escritora, co-autora de tantas antologias, a última foi Nó Mulheres, edição de ouro, no último dia 20/06, foi uma noite maravilhosa.
O duro, e ver que a vida se desfaz de inversos nos versos escritos.
Sou assim...
O tempo pode mudar, estou mudando, quero atitudes, sou invisível em meus atos, mas nas palavras, estou aqui.