Sant’Ana mãe de Maria, avó de Nosso Senhor!
Concha excelsa que gerou
A pérola mais preciosa
Sant'Ana ao mundo entregou
A mulher mais graciosa
Ditosa Mãe de Maria
De Cristo, avó amorosa.
Avó é bendita é santa
Sendo do afeto as primícias
Sant'Ana foi pra Maria
O reduto das carícias
Que Cristo teve de herança
Pelas maternais delícias.
Avó é mãe duas vezes
Jesus provou deste amor
No regaço de Sant'Ana
Descansou Nosso Senhor
Entre mimos e afagos
De imensurável fulgor.
Thomas Saldanha. 01/07/12
Esta poesia abre o mês de julho, no qual todo seridoense volta suas atenções à Sant'Ana, padroeira amada e arquétipo daquela avó sertaneja de outrora: Pura, meiga, atenciosa, que nos mimava com regalos simples: Um prato de coalhada, um pedaço de bolo preto, biscoitos de nata, contação de estórias em seu colo quente e cheiroso, cantigas que entoava com sua voz alquebrada, a balançar nossas redes quando era hora de "menino dormir", e o beijo que selava o dia com chave de ouro. O mais puro dos beijos: O beijo angelical!
Jesus também teve uma avó, e por nossa herança cultural cremos que Ele desfrutou de mimos similares. Por fim, no sertão não se pronuncia mês de julho, mas é o mês de Sant'Ana, do reencontro, das carreiras na roda gigante, das férias felizes nas casas de nossos avós que hoje estão com Sant'Ana...