Pedido da Alma

Ausento-me de meu corpo por um minuto

Não consigo suportar o sofrimento

Se tão cedo eu não me ater deste tormento

Vou lutar por meu descanso absoluto.

Eu sou sopro, chama acesa no bismuto

Sou a brisa abandonada ao meu relento

Sou meu eu gritando em mim um sentimento

Que meu corpo me renega ao ser astuto.

Vê teu rosto, nunca mais se ateve enxuto

Vê que eu também contigo estou sedento

Não me prives deste mesmo sentimento

Que me mata e, assim, mantém teu ser no luto.

(PORTAL, Luciane de Souza.)