Poema do tempo
Já nos confins do universo
Entre ressalvas de anequins
Toda relva se entrelaça
De selvas e querubins
E a ventania a qual abraça
Reza a furia, vento e massa
Embalando o tempo em confins...
Já nos centeios de sobressalto
Quase não cobre os talismãs
Há paisagens de sentimentos
Retumbantes ao peito das espiãs
E as namoradas que cobrem o tempo
Se desfazem de qualquer momento
Todas sem nexo, e quase em todas as manhãs...
E quando a tarde, singela e lépida
Respira o ar temeroso das sentinelas
Surge a noite, voraz e trêmula
A cobrir estrelas em tuas lírias belas
E vai-se assim, pelo tempo afora
Eu fujo entre escombros e finjo ir embora
Pelo som do tempo em suas aquarelas...