Queria eu ser um Arqueiro
 
Só um arqueiro atravessa o
Muro que separa a ilusão  da
Realidade e perde os parâmetros
E  o arco  na alquimia da caminhada.
 
Só um arqueiro por fim a palavra
Na lucidez da transformação do
Gesto  na purificação que conduz
A verdade
 
Só o arqueiro  tem a força de derrubar
Os ídolos as mentiras jogadas ao vento
E as crenças e os terços  na cruz  que queima
Na estrada e no choro das culpas injustas e
Nos gritos dos medos  fantasiosos e nos rancores
Do ventre recalcado e na prisão do amor reprimido
 
Só o arqueiro pode ver o sol e tocar na flor de luz
Que nasceu no jardim do poeta e no seu imaginar
Ver no horizonte através das muralhas da vida imaginar
E tocar com seu pensamento o corpo da mulher amada
E guardar no templo de sua alma esse amor que atravessas
Os tempos com todos seus umbrais por ele a se passar.
 
Sl  Rio de janeiro 25/05/2012