Se não fosse fugir às regras, eu classificaria este poema como bucólico-espiritualista. Porque, se na poesia as metáforas discursam, neste, elas se exibem!... E aos extremos propagam o seu poder de penetrar de forma sutil o profundo da alma.
Do meu 4º livro:
"O SENHOR DOS EXÉRCITOS".
Outono:
"O SENHOR DOS EXÉRCITOS".
Outono:
As árvores trocam de roupa.
Ficam nuas!... Desfolhadas!...
As roupas ao chão jogadas.
Suas cores, antes, verdes!...
Agora, amareladas!...
Sobre o chão, são tantas folhas!...
Extensa variedade.
Rolam secas, espalhando-se,
E tantas delas vão longe!...
Pelo vento, carregadas.
E eu olhando as árvores nuas!...
Que, logo que as folhas caem,
De novo elas se revestem
Por folhas novas trocadas!...
Fico assim imaginando!...
— Que poder tão grande é este?!...
Que até as árvores renova?!...
Que poder tão grande é este?!
Conduzindo com esmero!...
Este conjunto tão belo
Chamado mãe natureza?!
Que poder tão grande é este
Sustentando em “suas mãos”
O mundo com tanto zelo?!...
E é ai, que eu medito:
Se, as árvores trocam a roupa...
Se até árvore se renova!...
Que força não pode haver
Num homem, quando percebe,
Que muito mais acontece!...
Naqueles que em cada “outono”
Aproveitam a “roupa nova”!...
— Deixem que o vento carregue!...
Para longe as roupas velhas!...
Aproveitando a beleza!...
Da vida que se renova.
Deixando que as novas folhas
Apaguem as marcas que o “tempo”
Provocou às velhas folhas!
Folhas que nem foi preciso...
Esforço para extingui-las:
O vento se encarregou,
Ele mesmo, do serviço.
Glória a Deus.