BRAVATA
Moro onde o vento esconde o cisco,
onde moram a fome, a lambida e o belisco,
e minha aventura de palito e petisco.
Lá, ninguém desconjura do que eu faço:
derrubo a fera e prendo firme no braço,
estupro a fruta sem estourar o bagaço.
Derreto o ouro e endireito o chocalho,
tombo o cipreste e não quebro o galho,
tiro leite de pedra e mastigo o cascalho.
Estreito a banda e durmo na beirada;
chego meia-noite, saio na madrugada,
não racho o ovo e tomo a gemada.
Saio com Vênus e rasgo o treponema,
circulo na artéria e desligo o sistema,
apago a memória e declamo meu poema.
"— Ema, ema, cada um com seu problema."
Moro onde o vento esconde o cisco,
onde moram a fome, a lambida e o belisco,
e minha aventura de palito e petisco.
Lá, ninguém desconjura do que eu faço:
derrubo a fera e prendo firme no braço,
estupro a fruta sem estourar o bagaço.
Derreto o ouro e endireito o chocalho,
tombo o cipreste e não quebro o galho,
tiro leite de pedra e mastigo o cascalho.
Estreito a banda e durmo na beirada;
chego meia-noite, saio na madrugada,
não racho o ovo e tomo a gemada.
Saio com Vênus e rasgo o treponema,
circulo na artéria e desligo o sistema,
apago a memória e declamo meu poema.
"— Ema, ema, cada um com seu problema."