Pai

Pai, às vezes, faço perguntas
E sei que não terei respostas,
Então me entristeço
E brigo com Você
Pois minha dor é imensa,
Porque como pai me dói
E como Tu, meu amor
É também ciumento.
 
Pai, mesmo entristecido
E sem ter minhas respostas
Em Teus braços me recolho
Porque é em Você
Que consigo o conforto
Para conviver com a dor
De suportar a saudade
Que será eterna aqui.
 
Pai, mesmo com esta dor te amo
Nem tudo está ao meu entendimento
E sei perfeitamente, que me entende
Um dia passou pela mesma dor
Ao perder um filho
Porém, ninguém te consolou,
Pelo contrario, só houve quem te criticou
Por não entender como que um Pai
Pôde entregar seu precioso
E único  filho a morte
E dizer que foi por amor!
 
Pai, antecipadamente, peço perdão
Pois, sempre que a dor abater
Meu amor e a dor de pai, irá aflorar
E posso novamente, brigar com Você
Dizer palavras que lhe magoe,
Mas, sei que irá me entender
E o máximo que vai fazer
É me abraçar e acalmar
Meu coração.

Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 25/03/2012
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