Sobre o Vento
Movo folhas secas sobre o chão:
tiro dos mortos a canção da vida.
Sou o tempo preso entre inspiração e expiração
e é entre esses atos que me movo.
Sou o movimento do que parece não existir:
o ar que sustenta as asas de pássaros livres.
Livre eu sou e ressôo o som da criação:
sou da manifestação o veículo,
o versículo recitado em fé.
Eco, fada, ninfa e deus,
sou eu quem lhes diz adeus,
pois quando me vêem já fui
a varrer novas folhas caídas.
Sou vida em movimento,
momento presente,
mentes em turbilhão.