A versão real das coisas
Talvez hoje –
Apenas hoje –
Minha consciência dilate
A não mais poder
Tentar compreender
A lógica das coisas.
São tantas horas que se vão;
Tantas tardes, em vão,
Para lá estar, eu, de volta onde comecei.
Nada do que foi pensado,
E do que foi iludido -
E por mim acreditado -
É representação do sentimento real das coisas.
Nada, pois,
Apenas eu,
Com algumas horas gastas;
Com a pele que, aos poucos, se desgasta.
E com um espaço, vazio,
Que anseia por se preencher
Com a versão real das coisas.