"As pequenas Flores e o Girassol"
Amei todas as flores do jardim onde nasci...
Pequenas margaridas soltas ao vento...
Perfumavam meus dias com dedicação
Eram tão fiéis a minhas causas
Que chegavam a inebriar meus sentidos
Meu próprio perfume eu não sentia.
Meu Frágil caule vergava a brisa do entardecer
Maior que minhas companheiras eu era
Assim, vislumbrava o mundo que elas não viam.
Distante delas e de seu mundo morno
mais e mais eu crescia!
A solidão viajou no ar carregando meu polem...
(Letras pouco lidas, e quando, nunca compreendidas!)
Tocou minhas pétalas o polem doce e suave...
Agitou meu espirito, e o mundo não era tão vazio.
As abelhas que me sugavam, o pássaro que me beijava
Não me incomodavam, quando suave perfume eu aspirava.
De onde vinha tão rica e protetora essência?
Vozes distantes, juras de amor, explosões de felicidade
Guiaram meus olhos, e lá revelou-se o doce amparo.
Um jardim distante colorido por flores mil
E acima delas um girassol de pétalas incandescentes
Era honrado em sua grandeza...
Eu nasci onde morria o sol...
Posição desfavorecida na natureza,
Eu podia ver a flor
Que ao ritmo do astro rei dançava
Mas ela nem de longe me via!
O girassol imaginava que ali entre tantas flores eu vivia.
E misturada ao perfume das outras, a minha essência sentia.
Muitas vezes sofremos a agonia
De em outras terras nascer...
Impedidos de abraçar entes queridos
Choramos saudades incompreendidas.
Morremos pouco a pouco em um rito de nostalgia.
O girassol feneceu...secou...morreu...
E sua alma vive na gloria de sua bela existência
Na dança do astro rei que todos os dias morre
para todos os dias novamente nascer.
Enquanto uma parte do mundo, vive o escuro
sua luz e sua gloria ilumina outros vales profundos.
Não existe o porquê da dor...
Pois no jardim de Deus
Somos todos nós uma única flor!
Thoreserc (29/08/2010)