MIL VEZES

Mil vezes nascerei ingénua, pura

despida de memórias e de linhos

e às cegas pelas pedras dos caminhos

de novo me farei à estrada escura

Mil vezes feita verme a impureza

sugará de minha alma a perfeição

até que certo dia um clarão

me faça vislumbrar sua torpeza

Mil vezes travarei luta obscura

contra a vil impureza traiçoeira

corrida então a estrada derradeira

pousarei sem retorno na Altura

(In 1ª Antologia Poética do Grupo Ecos da Poesia, ed. Abrali, publicada em S.Paulo-Brasil, em Abril/2005)

Carmo Vasconcelos
Enviado por Carmo Vasconcelos em 16/07/2005
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