MIL VEZES
Mil vezes nascerei ingénua, pura
despida de memórias e de linhos
e às cegas pelas pedras dos caminhos
de novo me farei à estrada escura
Mil vezes feita verme a impureza
sugará de minha alma a perfeição
até que certo dia um clarão
me faça vislumbrar sua torpeza
Mil vezes travarei luta obscura
contra a vil impureza traiçoeira
corrida então a estrada derradeira
pousarei sem retorno na Altura
(In 1ª Antologia Poética do Grupo Ecos da Poesia, ed. Abrali, publicada em S.Paulo-Brasil, em Abril/2005)