Despertar

(dedicado à querida poeta Maria Helena Mendonça Quinhones)

Abrir os olhos para o infinito

é amanhecer e contar um momento

do dia em que busquei a vitória

dentro do pensamento.

Senti e combati a ombro

uma sábia luz que se anunciava.

Mas à espada juntou-se o assombro

de não saber com quem lutava.

Milhões de momentos não contados,

quedas e lutas sem fim.

Inconsciente, eu me cegava

com a luz que habitava em mim.

E na luta com esse raio distante,

à beira do caminho, eu cedia.

Aguardava pelo sol

mas eu era noite e não sabia.

E quando me despojei

das armas que construí,

a mim ela chegou:

a mais bela luz que jamais vi.

Tenho pra mim que ela se fez

quando lhe doei meu cansaço.

Tenho pra mim que adormeci

derrotada entre seus braços.

E por milhões de momentos não contados,

após quedas e lutas sem fim,

vi que a luz que me despertava

era do Mestre dentro de mim.

(Direitos autorais reservados)

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 14/01/2007
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T346177
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.