"OLHOS DE VER"

Ter olhos de ver impõe-nos um sagrado dever:

O dever de ver – pois, a Vida não tenta se esconder,

Ao contrário, toda sua exuberância deixa aparecer.

Óbvio demais? Procure observar um pouco mais...

Verá pessoa com “olhos de águia”- quase iguais,

Que, apesar de já ter passado por lindas flores,

Visto o céu estrelado em todos seus esplendores,

Ter presenciado o Sol no amanhecer e no entardecer,

Ter visitado cachoeiras, rios caudalosos, lindas fontes

De água cristalina, montanhas, lagos, campinas,...

Passou, olhou e nada viu! Cega pelas rudes fainas!

Pessoas que apesar de já terem viajado pelo Mundo...

Nunca pararam extasiadas, sequer um segundo,

Ante as belezas da estrada! Um olhar profundo...

Faltou-lhes para ver as maravilhas do Mundo!

Pessoas que, na vivência com os de sua espécie, seu igual,

Nunca “viram” um belo sorriso, a meiguice de um olhar;

Tantos jeitos e trejeitos interessantes, no falar, no andar,... l

Quando vêem um belo corpo escultural – fim sexual!

Só, lá na velhice, após ter passado pela vida – louca viagem,

Vêem que viveram olhando para dentro de si - sem paisagem!

As preocupações, a luta pela “sobrevivência”- pura miragem!

Manoel de Almeida
Enviado por Manoel de Almeida em 05/01/2012
Código do texto: T3424628
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