O meu velório

O MEU VELÓRIO

Ao chegar no meu enterro,

já de longe procedia,

minha caminhada sorrateira,

lembranças da dor e da agonia.

De prazer vivido num aterro,

gozo e prazer de ser solteira.

Foram muitas malandragem,

minha caminhada sorrateira,

bebi, fumei, beijei,

fudi, trepei, amei.

Com tanta fuleragem,

gozo e prazer de ser solteira.

De jovem escapei,

desta morte traiçoeira,

curti, brinquei, me diverti,

dancei, viajei, me cansei,

senti que não é brincadeira,

e ela chegou me descontraí.

Agora aprecio neste velório,

o povo fingindo emoção,

ficam todos por obrigação,

vejo o quanto são simplório,

morrer não é inglória,

todos irão sem distinção.

Até neste momento se sente,

o que a natureza exige, sem pranto,

aqueles que lá estão,

eu não irei vê-los sem manto,

em seus velórios nunca estarei presente,

agradeço a todos com sentimento e sem coração.

tuka bella
Enviado por tuka bella em 05/01/2012
Reeditado em 03/03/2014
Código do texto: T3424522
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