Um pouco mais humano

Busco sim...

O néctar sublime das flores...

O silêncio ensurdecedor desses amores,

O orvalho que regou nosso jardim.

Busco ávido a paz sonhada,

A coragem dos animais na madrugada...

A luz interior dentro de mim.

Desejo sentir o crepúsculo...

Viver sem precisar de muro...

Correr descalço, sem medo, no meu quintal.

Desejo ter a inteligência da águia,

A disciplina nobre da manada

E retribuir com amor, seja qual for o mal.

Quero tocar o azul infinito do céu,

Desenhar meu sorriso num papel,

Sem receio do resultado final.

Quero ter a pureza das crianças...

Sentir na amizade uma forma de aliança.

Aprender a perdoar... ser acima de tudo leal.

Almejo ter a serenidade dos monges...

Beber da água do amor na fonte...

Preciso, sim, ter o equilíbrio dos oceanos.

Não que eu queira ser um Deus...

Mas no cerne meu coração me respondeu:

“Que eu preciso ser um pouco mais humano.”