Imagine

Imagine você com uma cobra-criada dentro de sua carteira, sem você saber

Imagine que você está defronte a uma centena de paredes

E que nenhuma delas fala com você

No entanto elas apenas pensam em lhe responder, mas não o fazem

Elas sabem que no futuro você será alguém perigoso

E por causa disso elas se escondem

Imagine que você possui uma centenas de amigos

E que nenhum deles está disposto a lhe ajudar

Imagine que todas as suas opções foram descartadas

Enquanto você apenas vê o doce pranto do egoísmo

E o despertar da vaidade

E assim segue

Imagine que você e sua voz se completam a si mesmos

Num doce fervor de água salgada que nutre e desidrata

Toda essa sua pele já calejada pelo mórbido vento da sisudez

Imagine que você tem amigos

Mas eles lhe são como cama de espinhos...

Imagine que você tem uma dúzia de bons ajudantes

Mas eles podem se tornar como vidraças sujas e empoeiradas

Imagine que todos os seus livros estão desbotando a cada hora

Estes são seus amigos de sempre, que sempre estiveram prontos a lhe rechaçar

Tocasse a primeira música ou não

Imagine que todas as anedotas já foram contadas

E que você sempre foi a fonte principal de todas elas

Imagine que todo o Caos está em você

E que sua missão sempre acabou sendo a de matar leão a unhas

Eu vi você surtando por coisas tão banais

Eu vi você caindo em Trevas Eternas por coisas tão bestiais

E eu não conseguia compreender

Como o Ser Humano é capaz de atos tão estúpidos e desprovidos de inteligência

E eu fico completamente indignado com essa sua arrogância

Disparada para todos os lados

Arremessando cacos nestes jardins tão floridos

Como crucifixos ensangüentados

Como blasfêmias em forma de olhar

Como desvios de quem enoja o próprio ser

Quando se olha no Espelho

Quando Se olha no espelho

Quando Se olha completamente no Espelho

Este sou eu

Este é você

Doce, doce “amigo”.